IMPACTO DO TABAGISMO NA SAÚDE DO HOMEM BRASILEIRO: UMA REVISÃO NARRATIVA

O tabagismo é um dos principais fatores de risco modificáveis para uma série de condições de saúde crônicas. Entre as alterações a longo prazo mais preocupantes estão as neoplasias, doenças cardiovasculares e doenças pulmonares. Os componentes tóxicos da fumaça do cigarro danificam as células epiteliais das vias aéreas, do endotélio e promovem alterações sequenciais genéticas e epigenéticas. Essas alterações resultam na perda de sua função protetora nas vias aéreas, no aumento da pressão arterial e cardíaca e na perda do controle normal dos mecanismos de crescimento celular. Todas essas características são exemplos de mecanismo de destruição da homeostase do corpo devido às consequências do tabagismo. Ainda que tenha havido uma redução no número de fumantes devido a políticas públicas rigorosas e campanhas de conscientização, o tabagismo persiste, especialmente entre homens de menor escolaridade e em áreas rurais, o que justifica a dependência química provocada pela nicotina ser relacionada a fatores sociais. Portanto, a compreensão das dimensões sociais que perpetuam o tabagismo masculino e as doenças envolvendo o consumo do tabaco devem ser aliadas à aplicação de estratégias eficazes de prevenção e tratamento objetivando a redução das desigualdades de saúde e os impactos do tabagismo na mortalidade masculina.