JUSTIÇA AMBIENTAL & RACISMO AMBIENTAL: DESAFIOS PARA A MINERAÇÃO EM MINAS GERAIS

A mineração está entre as atividades econômicas que mais geram injustiça ambiental devido aos seus impactos negativos no meio ambiente. Além de produzir grandes quantidades de rejeitos e resíduos tóxicos, ela também aumenta o risco de acidentes ambientais, como o rompimento de barragens. Neste capítulo, analisa-se a justiça e o racismo ambiental na atividade mineradora, com ênfase nas consequências dos rompimentos das barragens dos municípios de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. Esses desastres evidenciam como os grupos detentores do poder econômico, ao agirem com irresponsabilidade, provocam danos ambientais que recaem sobre comunidades historicamente marginalizadas, as quais pouco se beneficiam da exploração mineral e do aproveitamento dos bens ambientais. O presente estudo demonstra que essas comunidades não são devidamente consultadas antes do início dos projetos de mineração e nem têm participação efetiva nos processos de reparação dos danos causados pelos rompimentos das barragens. Essa ausência de diálogo e de participação pública reforça uma relação desigual de poder, na qual os interesses econômicos se sobrepõem aos direitos e às necessidades das populações locais.