LEPTOSPIROSE: O ELO PERIGOSO ENTRE MEIO AMBIENTE, SAÚDE E SANEAMENTO BÁSICO

Este capítulo apresenta a leptospirose como uma zoonose grave e de ampla distribuição geográfica, destaca a influência de fatores socioambientais e climáticos e ressalta a importância de estratégias preventivas e de controle. A leptospirose é uma zoonose de distribuição global, causada por bactérias do gênero Leptospira, apresenta comprometimento sistêmico e pode levar ao óbito quando não tratada. Diversos animais atuam como reservatórios e auxiliam na disseminação da bactéria, entre eles, os roedores são os principais transmissores nos centros urbanos. Por ser uma doença que é transmitida a partir do contato com água ou lama contaminada pela urina de animais infectados, o ciclo da doença é fortemente influenciado por mudanças climáticas, desastres ambientais e a falta de saneamento básico. A leptospirose é endêmica em regiões de clima tropical que apresentam carência de saneamento básico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa endêmica mundial é de 5 casos a cada 100.000 pessoas por ano. No Brasil, a leptospirose é distribuída em áreas urbanas e rurais, sendo marcada pela sazonalidade dos períodos chuvosos, apresentando surtos após eventos de alagamentos e enchentes em centros urbanos. O tratamento é realizado com o uso de antibióticos, mas a eficácia depende do período em que a doença se encontra. Como ainda não existem vacinas, a melhor forma de prevenir a infecção é impedindo o contato da pele com materiais potencialmente contaminados. Portanto, investir em saneamento básico é uma medida essencial de prevenção primária e controle da leptospirose, ao reduzir drasticamente os elos da cadeia de transmissão, assim como ações de educação em saúde para orientar a população sobre a gravidade e as formas de prevenção.